A proposta da Prefeitura de Salvador em conceder a Praça Thomé de Souza à iniciativa privada ganhando contornos mais definidos gera grande expectativa. Essa ação, orçada em cerca de R$ 223 milhões e cuja validade pode se estender por até 30 anos, integra um plano de modernização de um dos locais mais icônicos da cidade. A Praça Thomé de Souza, reconhecida pelos historiadores como a primeira praça do Brasil, reúne em si rica história e importância cultural, o que torna a sua requalificação essencial para atender a demandas contemporâneas de turismo e eventos.
O projeto visa não apenas melhorar a infraestrutura local, mas também fomentar o desenvolvimento econômico da área, que tem se mostrado cada vez mais demandada por espaços culturais e eventos significativos. Este artigo explora todos os aspectos relevantes dessa concessão, avaliando tanto os impactos previstos quanto as etapas que a ação ainda precisa percorrer.
Prefeitura prepara concessão da Praça Thomé de Souza por R$ 223 milhões
A concessão da Praça Thomé de Souza se insere no esforço da gestão do prefeito Bruno Reis para revitalizar o Centro Histórico de Salvador, uma área que, além de ser um cartão-postal, abriga eventos culturais, turísticos e sociais de grande relevância. Conforme explanado por Mila Paes, secretária de Desenvolvimento, Emprego e Renda, a atual fase abrange estudos que começaram em maio e devem ser finalizados até outubro, preparando o terreno para a formalização da concessionária responsável pelo espaço.
Esses estudos têm como objetivo fundamental entender a melhor forma de operação e as necessidades do local. Especialmente levando em consideração que a concessionária não apenas gerenciará a Praça, mas também será responsável pelo Elevador Lacerda e outros elementos do entorno, como os planos inclinados. Essa interdependência demanda um planejamento meticuloso para garantir que todas as partes funcionem de maneira integrada.
Os recursos que viabilizam essas obras estão garantidos pelo Programa Nacional de Desenvolvimento e Estruturação do Turismo (Prodetur), que conta com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Essa parceria reflete um entendimento da necessidade do fortalecimento do setor turístico na cidade, que por sua vez movimenta a economia local e oferece novas oportunidades para negócios.
Justificativa e impacto da concessão na Praça Thomé de Souza
A justificativa para esta concessão, segundo a Prefeitura, envolve o atendimento à crescente demanda por espaços culturais e a necessidade de aprimorar a infraestrutura local. Isso é crucial em um momento em que Salvador, com sua rica herança cultural, busca se firmar como um polo de turismo e eventos no Brasil e na América Latina. Com a requalificação da Praça, um novo centro de convenções será construído, tornando a área ainda mais atrativa para eventos de grande porte.
Recentemente, a primeira parte do projeto já foi entregue com a requalificação do Elevador Lacerda, um dos símbolos de Salvador. O investimento de R$ 14 milhões nessa requalificação já trouxe melhorias substanciais, como a recuperação das características originais do equipamento e a instalação de novas cabines com ar-condicionado, aumentando assim o conforto do visitante.
Além disso, a prefeitura tem planos de mudar a sede da prefeitura para o Palácio da Sé, também na região central, em 2026. Essa mudança não apenas revitaliza o espaço público, mas também representa uma reestruturação administrativa e operacional significativa.
Intervenções planejadas no Centro Histórico e seus benefícios
Os projetos que vão sendo implementados no Centro Histórico de Salvador estão alinhados a um contexto de requalificação que vem se prolongando por várias gestões. O Renova Centro, por exemplo, é uma iniciativa que visa revitalizar a área, proporcionando isenções e incentivos financeiros que podem chegar a R$ 500 milhões. Esse programa reflete a necessidade de investimentos massivos para garantir que a infraestrutura local possa sustentar um fluxo maior de turistas e eventos.
A consulta pública para opinar sobre alterações na legislação que abrange o uso e ocupação do solo é um passo crucial para garantir que os imóveis abandonados possam ser recuperados, revertendo a decadência de algumas regiões. O processo de “hasta pública” que o prefeito propôs tem potencial para revitalizar esses espaços, transformando-os em novos e vibrantes centros de atratividade.
Questões e preocupações em torno da concessão
É compreensível que haja várias questões em torno da concessão da Praça Thomé de Souza à iniciativa privada. Qual será o modelo de gestão? Haverá garantia de que os espaços permaneçam acessíveis ao público? A prioridade será realmente dada à cultura, que é um dos pilares da criatividade e do desenvolvimento humano? Essas perguntas não podem e não devem ser ignoradas.
Além disso, a inclusão de outros equipamentos, como o Plano Inclinado Gonçalves e o Elevador do Taboão, no escopo do projeto, também demanda esclarecimentos sobre a gestão integrada e o impacto que essas mudanças poderão ter na dinâmica do Centro.
Com a consulta pública prevista para formalizar a concessionária e as preocupações evidentes quanto ao tempo de implementação e as mudanças nas rotinas urbanas, é essencial que a gestão municipal mantenha o diálogo aberto com a população. O engajamento social é um pilar importante para garantir que o projeto não apenas atenda às exigências do mercado, mas também respeite e melhore a qualidade de vida dos cidadãos.
Perguntas Frequentes
Qual o valor total da concessão da Praça Thomé de Souza?
O valor total da concessão está estimado em R$ 223 milhões.
Qual é a duração da concessão prevista?
A validade da concessão deve ser de aproximadamente 30 anos.
Quando deverá ser realizada a sessão pública para a formalização da concessão?
A sessão pública deve ocorrer após a finalização dos estudos, prevista para outubro deste ano.
O que está incluído na concessão da Praça Thomé de Souza?
A concessão inclui a gestão da Praça, do Elevador Lacerda e de outros planos inclinados nas proximidades.
Como será financiado o projeto?
O financiamento ocorre através do Programa Nacional de Desenvolvimento e Estruturação do Turismo (Prodetur) com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Quais são os impactos esperados da concessão para o turismo em Salvador?
A concessão é esperada para modernizar as instalações, melhorar a infraestrutura e atender a uma demanda crescente por espaços culturais e de eventos, potencializando o turismo na cidade.
Considerações finais
Em suma, a iniciativa da Prefeitura de Salvador em conceder a Praça Thomé de Souza à iniciativa privada por R$ 223 milhões é um passo significativo para a modernização e revitalização do Centro Histórico da cidade. Embora o projeto projete um futuro promissor, ele também traz à tona desafios que precisam ser cuidadosamente gerenciados.
Combinar a necessidade de desenvolvimento econômico com um compromisso genuíno com a cultura e o bem-estar dos cidadãos será essencial para o sucesso desse projeto. A participação de todos os cidadãos, aliada à transparência e ao diálogo, pode garantir que a Praça Thomé de Souza não só mantenha sua essência histórica, mas também se transforme em um espaço vibrante e moderno, digno de ser visitado e apreciado por todos.