A importância da vivência cultural para os estudantes da rede estadual
Recentemente, quase 70 estudantes da rede estadual de ensino da Bahia participaram de uma experiência transformadora por meio do Programa Estudantes nos Museus. Essa iniciativa, promovida pelas secretarias da Educação e de Cultura, com o apoio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e da Fundação Luís Eduardo Magalhães (FLEM), visa proporcionar acesso a jovens ao patrimônio histórico, artístico e cultural do estado.
O ponto de partida da jornada foi o icônico Elevador Lacerda, em Salvador, que, além de ser um símbolo da cidade, serve como um traço de conexão com a rica história da Bahia. A atividade levou os alunos a um passeio pelo Centro Histórico, onde puderam explorar locais emblemáticos como o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), a Praça da Sé, e o Largo do Pelourinho. Cada parada na jornada é uma oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre a cultura afro-brasileira e a herança que marca a trajetória do país.
Estudantes da rede estadual vivenciam cultura afro-brasileira em museus da Bahia
Esse programa tem um impacto imensurável na vida dos estudantes. Um exemplo claro é o relato de Cauan Rauan David, um aluno que, ao visitar o Muncab, expressou sua gratidão por ter acesso a um espaço que conta a história de seus antepassados. “É a primeira vez que visito um local como esse, tão importante para conhecer a nossa história, descendência e cultura”, disse ele. Esse tipo de experiência não apenas amplia os horizontes dos jovens, mas também os conecta de forma mais profunda com suas raízes e identidades.
A mediação educativa na experiência cultural
Durante o passeio, a mediação educativa desempenhou um papel crucial. Arte-educadores guiaram os estudantes por meio das diversas exposições, tornando a visita ainda mais enriquecedora. Este contato direto com o contexto histórico e cultural das obras permite que os alunos não apenas vejam, mas também entendam a importância de cada item exposto.
As oficinas artístico-educativas que acompanharam as visitas foram um complemento fundamental. Atividades como pintura, colagem, cerâmica e desenho incentivaram os jovens a expressar suas próprias criações e a dialogar com o que estavam aprendendo. O contato com a arte não só faz parte do currículo escolar, mas também contribui para estimular um pensamento crítico e uma apreciação estética que podem durar a vida toda.
Transformação através da cultura
Para Izabela Kottler, técnica da Coordenação de Arte e Cultura Estudantil da SEC, a experiência é verdadeiramente transformadora. “É uma experiência mágica e transformadora”, afirmou. “É a primeira vez que eles saem da escola ou do próprio bairro para conhecer o mundo exterior e ter contato com essa visão artística.” A exposição à cultura e à arte enriquece o aprendizado de maneira singular, ampliando o interesse e a motivação dos alunos.
Esse tipo de iniciativa se torna ainda mais relevante quando vinculada a projetos escolares que enfatizam a valorização da identidade negra. O projeto “Pretitude em Foco”, por exemplo, tem um grande impacto em estudantes negros, ajudando-os a reforçar o orgulho racial e a fortalecer sua conexão com a herança cultural afro-brasileira. Alunos como Rakelly Barbosa Araújo relataram que a experiência de conhecer espaços como o Muncab ajudou a redescobrir sua própria identidade. “Esse grupo me transformou. Descobri a minha identidade e a minha força”, compartilhou.
O impacto da experiência educativa em longo prazo
A experiência dos estudantes não para nas salas de aula ou nos museus. Ao longo dos anos, o programa já levou cerca de 5 mil estudantes e professores a vivenciarem experiências educativas em diversos museus e centros culturais da Bahia. Isso não só amplia horizontes, mas também fortalece as identidades que muitas vezes são subestimadas ou esquecidas na rotina escolar.
Perguntas frequentes
Qual é o objetivo do programa Estudantes nos Museus?
O programa visa ampliar o acesso dos jovens ao patrimônio histórico, artístico e cultural da Bahia, promovendo uma experiência enriquecedora que os conecta à sua identidade cultural e raízes.
Quais locais os estudantes visitaram durante o programa?
Os estudantes visitaram o Elevador Lacerda, Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira, Praça da Sé, Largo do Pelourinho, entre outros pontos históricos de Salvador.
Como a mediação educativa contribuiu para a experiência?
A mediação educativa, conduzida por arte-educadores, permite que os alunos compreendam melhor as exposições, ajudando-os a contextualizar historicamente as obras e a refletir sobre suas significações.
Qual é a importância das oficinas artístico-educativas?
As oficinas artístico-educativas enriquecem a experiência, permitindo que os alunos se expressem artisticamente e estimulem a criatividade e o pensamento crítico.
Há algum projeto que se destaque nesse contexto?
O projeto “Pretitude em Foco” é um exemplo que reúne estudantes negros em torno da valorização da identidade racial e da herança afro-brasileira, promovendo um ambiente de descoberta e fortalecimento pessoal.
Quantos alunos já participaram do programa?
Até 2025, cerca de 5 mil estudantes de diversas escolas participaram do programa, vivenciando experiências educativas em museus e centros culturais.
Conclusão
A vivência cultural é uma ferramenta poderosa na formação de jovens. Programas como o “Estudantes nos Museus” não apenas ampliam o acesso à cultura, mas também fortalecem a autoestima e identidade dos alunos. É fundamental que iniciativas assim continuem a ser desenvolvidas, garantindo que cada estudante tenha a oportunidade de explorar e compreender melhor sua história e herança cultural, construindo assim uma sociedade mais consciente e respeitosa com as suas diversidades.