As visitas a museus têm um papel fundamental na formação cultural e na promoção da identidade de jovens, especialmente em um local tão rico em diversidade e história como a Bahia. Recentemente, uma experiência transformadora foi proporcionada a estudantes da rede estadual de ensino através do Programa Estudantes nos Museus. Este projeto, que une as secretarias da Educação e Cultura do estado, teve como meta levar alunos a conhecerem de perto a cultura afro-brasileira, numa jornada que não se limitou apenas a observar, mas a sentir, interagir e se reconhecer em suas próprias histórias.
Os estudantes tiveram a oportunidade de visitar emblemáticos espaços culturais de Salvador, como o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), a Casa do Benin e a Fundação Casa de Jorge Amado. O impacto emocional foi palpável, e as palavras de Cauan Rauan David, um aluno de 17 anos, traduzem bem essa experiência: “Eu nunca tinha estado em um lugar assim. A gente escuta sobre cultura afro-brasileira, mas estar aqui, vendo tudo de perto… é muito especial. Vou levar pra vida.”
Visitas a museus conectam jovens baianos à cultura afro-brasileira
As visitas a museus conectam jovens baianos à cultura afro-brasileira de maneiras que vão além do simples aprendizado. Elas proporcionam um espaço onde os alunos podem explorar suas raízes e se redescobrir no manto de suas histórias e heranças. Esses encontros significativos ajudam a construir uma identidade mais forte e um orgulho racial que, muitas vezes, é subestimado nas salas de aula tradicionais.
Durante a visita ao Muncab, por exemplo, os alunos não apenas observaram exposições; eles interagiram com os elementos apresentados, refletindo sobre suas próprias vivências. Esse tipo de abordagem prática e imersiva permite que os estudantes se apropriem do conhecimento de forma muito mais significativa. A mediação educativa realizada por profissionais capacitados só reforça esse processo, ampliando a compreensão dos alunos sobre os aspectos culturais e históricos que moldaram a sociedade brasileira e, especialmente, a cultura afro-brasileira.
Izabela Kottler, uma das educadoras envolvidas no projeto, enfatiza a magia desse contato: “Ver o brilho no olhar deles é realmente apaixonante. Muitos estão saindo pela primeira vez do bairro e se deparam com uma realidade que nunca imaginaram. Isso transforma e inspira.”
Além das visitas, a programação inclui oficinas artísticas — como pintura, cerâmica e colagem — que incentivam a expressão criativa. Essa fluência artística não só é uma forma de se conectar com a cultura, mas também um meio poderoso de desenvolver a autoconfiança e a habilidade de se expressar livremente.
O impacto do Programa Estudantes nos Museus
Este programa vai além do aspecto cultural; ele se torna uma forma de inclusão social. Em 2025, cerca de 5 mil estudantes terão vivenciado essa enriquecedora experiência, incluindo jovens da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A cada nova visita, se abrem novos horizontes, não apenas dentro dos museus, mas na vida quotidiana desses jovens.
No Colégio Estadual Edith Machado Boaventura, o projeto “Pretitude em Foco” tem sido um pilar importante nessa formação. Com um grupo de aproximadamente 150 estudantes negros, as discussões sobre identidade e pertencimento preparam o terreno para uma compreensão mais profunda da cultura afro-brasileira. A visita ao Muncab foi uma culminação das discussões em sala de aula, oferecendo uma visualização concreta dos temas abordados. Rakelly Barbosa Araújo, do 9º ano, compartilhou essa sensação coletiva de autodescoberta: “Depois que entrei no grupo, entendi quem eu sou, de onde venho e o valor da minha história.”
Esse é um testemunho claro de como a educação, quando aliada à cultura, pode causar profundas transformações nas vidas dos jovens. Música, dança, artes visuais e literatura — todos esses elementos são fundamentais para a construção de uma identidade cultural rica e diversificada.
As experiências dos estudantes nas visitas aos museus
As experiências nas visitas a museus conectam jovens baianos à cultura afro-brasileira de maneira íntima e impactante. Essas vivências não se limitam apenas ao aspecto educativo; elas promovem a empatia, o respeito e o diálogo intercultural. Quando os estudantes decolam para novas realidades, eles também estão em processo de desconstrução de preconceitos e estereótipos que, muitas vezes, permeiam a sociedade.
É comum que muitos alunos se vejam refletidos nas histórias e nas narrativas apresentadas nas exposições. Isso se traduz em um fortalecimento de suas identidades e um senso de pertencimento que é fundamental para a autoestima. Esse reconhecimento das próprias raízes é um movimento essencial para a saúde mental e emocional dos jovens, os colocando em um caminho de autovalorização e orgulho racial.
As oficinas artísticas realizadas dentro dos museus funcionam como catalisadoras desse processo. Através da criação, os estudantes têm a oportunidade de expressar suas emoções e pensamentos, muitas vezes complexos e repletos de nuanças. Isso não apenas estimula a criatividade, mas também abre espaço para diálogos que podem levar a um maior entendimento de suas culturas e histórias pessoais.
Perguntas frequentes
As visitas a museus são realmente importantes para os jovens bahianos?
Sim, essas visitas ajudam os jovens a se conectarem com sua cultura e história, fortalecendo a identidade e o orgulho racial.
Que tipos de atividades os estudantes realizam durante as visitas a museus?
Os alunos participam de mediações educativas, oficinas artísticas e visitas guiadas que estimulam a interação e o aprendizado.
Como essas experiências impactam a autoestima dos jovens?
Ao se reconhecerem nas suas histórias e culturas, os jovens aumentam sua autoestima e desenvolvem um senso de pertencimento.
O que os educadores dizem sobre o Programa Estudantes nos Museus?
Muitos educadores relatam que a experiência é mágica, proporcionando uma visão nova e ampliada do mundo para os jovens.
Qual é o objetivo principal do Programa Estudantes nos Museus?
O programa visa conectar os estudantes à cultura afro-brasileira, oferecendo experiências educativas e artísticas transformadoras.
Como as oficinas artísticas complementam as visitas?
Essas oficinas permitem que os jovens expressem suas emoções e reflexões, além de estimular a criatividade e a autoconfiança.
Conclusão
As visitas a museus desempenham um papel essencial na educação cultural dos jovens baianos. O Programa Estudantes nos Museus não apenas conecta os alunos à rica herança afro-brasileira, como também os empodera a reconhecerem sua história e identidade. Essa conexão gera um impacto profundo em suas vidas, transformando-os em cidadãos mais conscientes, criativos e orgulhosos de suas raízes. Em um mundo onde a diversidade é frequentemente ameaçada, iniciativas como essa são cruciais para garantir que as vozes e histórias de todos sejam celebradas e respeitadas.